Um pedinte esfarrapado na berma da estrada, olhos encovados sem brilho, sem fogo, sem alma. A vida tornara-me duro e calculista. Era tudo aquilo em que me tinha tornado caso ainda fosse possível dar a conotação de aquilo à minha pessoa.
Durante o dia vagueava, arrastando-me de beira em beira, pedindo com a minha voz rouca, cabelo desalinhado e barba ainda rara a nascer. Tão novo e tão velho. De vez em quando alguém parava a falar comigo, com pena, pena sempre a pena, era esse motivo que ainda incentivava as pessoas a dirigirem-se a mim. Já não como, já não durmo, já não bebo, chorar..À muito que não conheço esse verbo apesar da vontade não faltar.
Por vezes, vejo-a entre a multidão, que passa, que passa e segue na sua agitada vida. Ou são simplesmente delirios febris da gripe que se tem mantido há já uns meses derivada das noites ao relento. A sua perfeição angelical, com o rosto bem delineado no alto da sua beleza aurea emanando um reluzindo de forma sobrenatural, com os seus olhos sempre brilhantes.
continua ...
Gosto muito..
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