terça-feira, 11 de setembro de 2012

Still alive



Este é dedicado a uma amiga que está a passar um mau bocado por causa de um estupor que partilha a mesma espécie comigo, ou seja, masculina.


Arrastando os pés ao longo da galeria, passava ela em frente a uma fileira de altas janelas arqueadas e perfeitamente simétricas com uma vista privilegiada sobre a cidade latejada de luzes brilhantes e a escuridão distante do bosque. Entrou no hall com o seu cabelo a ondular suavemente sobre o andar firme e confiante que detinha, uma ligeira lágrima escorria da sua face com um ligeiro travo salgado iluminando a sua cara quando a luz incidia sobre a mesma. Estava sozinha, continuou a deslocar-se em direcção à sala, sentou-se no parapeito da janela com os olhos postos no luar, não estava lua cheia nem havia um significado implícito na lua, era apenas mais uma lua que irradiava a luz que provinha do Sol pelo seu outro lado, o lado escuro lunar, até ela tem o seu lado negro.

Ela estava pensativa, as lágrimas caiam uma a uma percorrendo todos os contornos do seu rosto demorando-se na sua caminhada deslizante, a sala era ampla, com móveis rectos sem demasiados detalhes, simples e bonitos, assim como ela, simples e bonita. A casa era perfeita, ou era o que mais se poderia chamar de perfeição num lar. ( Não é isso que todos nós procuramos um lar? Seja físico ou num abraço de um amigo...) ela tinha perdido o seu lar e como qualquer sem abrigo sentia-se vazia, sem rumo, mas recusava-se a perder a esperança.


Só tens de procurar um bom arquitecto, começar a construir as fundações, as paredes e acabarás por ter novamente um tecto sob o qual descansar.


Provavelmente nunca lerás isto, mas é para ti J.

Eu cá só vou lutar amanhã

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