domingo, 9 de outubro de 2011

Crónicas de um Guerreiro 3




... Procuro o vale onde vivias as encostas do teu ser, aquele em que outrora os riachos que deslizavam suavemente encostas a baixo crepitando e salpicando água, aquele em que as árvores vibravam de vida quando eram amaciadas pelo suave toque do vento, o vale onde as ervas que eu pisava com estremo cuidado rejubilavam de cor.. Os riachos secaram, as árvores morreram e as ervas essas foram queimadas. Estás tão morta como eu...

Temes o frio, aquele que trago comigo, aquele que gela e corta como facas afiadas, trespassando a tua face imaculada sem qualquer dificuldade, não te censuro por vezes até faço estremecer o meu próprio ser; chego até a temer aquele estranho individuo que aparece reflectido no espelho. É irónica a forma como as pessoas perdem aquele brilho nos olhos que temos em criança, aquela chama que nos mantém quentes e aquilo que com o tempo nos vamos tornando é simplesmente uma imagem construída ao longo dos anos, adaptada ao ambiente, tento manter a minha realidade, a minha essência (ou o que resta dela) mas é complicado.


Assim e como muitos outros que caminham de olhos vendados, perdidos pelos vales dos Eu's de muita gente procuro um carreiro, um rasto, uma indicação .... qualquer coisa que me indique o caminho que me permita daqui sair, deste nevoeiro imenso ... Por vezes encontro os atalhos, e posteriormente encruzilhadas e acabo sempre por voltar ao ponto de partida. E constato que o mundo é mesmo redondo, qualquer mundo...

2 comentários:

  1. Ainda bem que comentaste, não tinha lido este teu texto, bom como sempre...

    O problema é que essa onda de felicidade já me excluiu à algum tempo e já vou muito tarde para a recuperar..

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  2. Oh, tábem, elas insultam a sério os rapazes que querem xD

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