segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Old man 2




Lentamente estava a dar os primeiros passos em direcção a algo, cambaleando, vergando como uma árvore quando é acariciada pelo vento. Ela olhava para mim com carinho, demonstrando compreensão. Algo que há muito não via alguém a ter por mim, sempre fui visto com pena, não quero que tenham pena, apenas que me tentem compreender e aceitar com todos os meus defeitos e as minhas poucas(nulas) virtudes.

Demos várias voltas ao quarto antes de me sentir confortável de caminhar sozinho, mas mesmo depois de me reparares, de me dares a esperança à muito ansiada; estavas ali comigo, e não para mim... Até que o telemóvel com um vibrar suave que preencheu o ar, interrompeu o nosso(meu) momento. Era ele, pedia-te para voltares... E tu, cobarde e apaixonadamente voltaste para ele e eu sem mais forças deixei-me cair no chão.


Não chorei, à muito que não sou capaz de tal acto. Agora substituí essa acção por outra, o riso, O riso irónico da incapacidade de fazer, agir, lutar. E sorrindo como um louco mantendo  os olhos fixando a porta que se mantinha entreaberta arrastei-me...como um amputado, fazendo a madeira sob mim ranger em estalidos surdos e, fechei-a, fechei a porta e desta vez só irá entrar quem eu quiser.




Podia lutar para abrir uma janela para que fosse mais fácil o meu "resgate" podia mas sinceramente não vale a pena... Mais vale lutar amanhã.

2 comentários:

  1. Ai Miguel isso era fantástico! Muito obrigada!!
    Então eu só vou tocar metal e rock, basicamente... e o orçamento, é mais complicado mas o conjunto completo (com o amplificador) não queria gastar mais de 300€. Mas queria a guitarra cor-de-rosa..

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  2. Eu acredito que são poucas as coisas neste mundo que não valem a pena. E no fundo, fecharmo-nos para elas nunca servirá de nada, pois são acontecimentos que sempre haverão de fazer parte de nós e daquilo que traçamos.

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