terça-feira, 13 de novembro de 2012

Os túneis




A lua já brilha no céu, não está propriamente muito visível, a poluição e o nevoeiro tendem a escondê-la de olhares curiosos. Não é uma lua especial, cheia de beleza como é enaltecida na maioria das histórias, não está Lua Cheia nem Lua Nova. Apenas está lá. Como é seu trabalho e obrigação, tal escrava da gravidade.

Encontro-me a caminhar nas ruas desertas e escuras da minha cidade, a poupança de energia tirou-lhe a vida que costumava ter, a luz foi reduzida a menos de metade e sem ela já quase nada resta para animar a tristeza dos nossos corações, a escuridão está lentamente a abater-se sobre o nosso pequeno país.

Desço a escadaria que dá acesso ao túnel, a escassa luz que existia lá fora cá em baixo é nula. O chão cheio de dejectos de todo o tipo, o cheiro que antes havia sido nauseabundo foi lavado pela chuva que cai incessantemente lá fora. Desci aos túneis para me tentar refugiar, apesar da chuva já praticamente não incomodar, o seu toque é suave e gentil e não se afasta de mim, antes pelo contrário, procura-me. Tenho a respiração ofegante da corrida que dei para chegar aqui. O frio lentamente invade o meu corpo devido às golfadas sequiosas de ar. Lentamente deixo-me cair no chão imundo...




Continua, mas hoje não me vou levantar.
Mais vale lutar amanhã

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