Ouvindo a rebentação das ondas, sentindo os salpicos de água salgada na cara encontrava-me na praia Azul. Estava acompanhado, eu comigo mesmo, ultimamente temos partilhado algumas noites juntos a ver as estrelas ou simplesmente de olhos fechados a sentir a brisa gelada que fere mas não magoa...a dor essa há muito tempo que já havia desvanecido. Haviam tantas, tantas estrelas...brilhando no juramento refletindo a sua imagem na água.
Levantei-me, caminhei lentamente em direcção à imensidão do mar, queria ver a minha face refletida no suave ondular oceânico. Assustei-me com o que vi e corri, sem olhar para trás..o mais rápido que pude, fugindo a uma incerteza, escapando da verdade, da realidade..Que dura realidade.
Meti-me dentro do carro, pousei a cabeça no volante e chorei... ao tempo que já não chorava, já sentia saudades da água um bocado salgada com um tragozinho doce a escorrer pela minha cara, pingando abundantemente no chão. E vi-a, estava em frente aos faróis sorrindo, atónito, destranquei a porta e disse para ela entrar...Sentou-se ao meu lado e arranquei. Andei horas, falando com ela mas não obtinha qualquer resposta...Por fim tirei os olhos da estrada e olhei para o banco do passageiro e ela não estava lá, nunca tinha estado....
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