terça-feira, 20 de setembro de 2011
Crónicas de um Guerreiro 2
Gostava da sensação de as ter comigo, a pistola e a espada, sentir o peso suave de duas armas reluzentes e mortíferas, o verdadeiro poder encontra-se sempre em coisas tão pequenas ou efémeras. Hoje encontro-me a cavalgar pelas estradas desertas do interior, partículas praticamente invisíveis são levantadas perante o passo insistente do Zio, de língua de fora e pelagem castanha mantém sempre o ritmo formando nuvens de pó atrás de mim... Assim de braço dado com o vento seguia numa planície arenosa, sem rumo e sem destino, impetuosamente como um rei que não era, mostrando a vontade que não tinha.
Centenas de homens tinham sucumbido à minha espada, outros mais desistiam perante a minha arma uma falsa sensação de poder aquela que detinha quando estava acompanhado por esta companheira de todos os dias. Mantínhamos um feliz casamento, sem discussões ela limitava-se a obedecer perante a vontade do meu dedo no seu gatilho e num suave estalar cuspia o seu amor metalizado, realizava os meus desejos, como uma escrava fiel ao seu amo.
Todos os dias procuro algures a luz, em vales e montanhas, planícies e planaltos, espreito uma brecha de vida solar....
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