Encontro-me num quarto escuro, não existe qualquer brecha de luz, um preto sob um preto, escuridão mórbida, podridão e eu em decomposição. Leio um livro inexistente, provavelmente é o livro da minha mente que não consegue ser lido à luz do dia de tão intragável que é, explica a morte num ser, um ser que não está vivo nem morto, não é homem nem animal, não é besta nem monstro, a sua definição correcta é todos os dias procurada mas sem qualquer resultado até agora.
Estava sentado num canto não sei especificar qual, apenas que era um canto, pois sentia duas paredes frias contra as minhas costas nuas. Encontrava-me a esperar a morte, a aguardar a tão esperada finalização, o prestigio da minha própria magia. Pacientemente e como uma pedra imóvel à espera que os elementos me desgastassem fiquei ali à espera do meu destino; rezava constantemente para ele chegar rápido ... Horas, dias, semanas, meses...anos.. E ainda cá continuo à espera de ti ...Não sei quem és, desconheço como sejas, não imagino o teu cheiro, nem os teus lábios, anseio a tua chave..Aquela que me abrirá a porta para que possa caminhar calmamente e a teu lado para fora deste quarto . Arrependo-me de aqui ter entrado pois temo nunca de cá sair. Mas aqui continuo caminhando em círculos sempre com esperança, só espero que essa também não morra, se podia lutar para arrombar a porta? Podia, mas hoje não...
Mais vale lutar amanhã
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