terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Para lá do mar #1

O meu corpo ou aquilo que resta dele, o cadavér que se arrasta diariamente por estas terras lusas, com sangue nobre tendo centenas de anos de ADN imprimido e no entanto a única nobreza que carrego é  a de sangue. Terras, títulos, fortunas...Isso são meras lembranças do passado. Eu sou o que sou isso, sendo sequer alguma coisa.
Sinto-me para lá dum mar que já foi meu, nosso, a minha alma já cá não habita, à muito que já foi. Para onde? Desconheço. Procuro-a todos os dias numa busca desenfreada pelo impossível mas é a única que ainda tenho forças para fazer, a luta pelo que resta de mim.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ódio

Cada vez que me vejo ao espelho só me apetece ir para o ringue sentir ossos a estalar debaixo das minhas luvas. Este fim de semana treinei 3h por dia. Hoje vou fazer outra maratona em Janeiro volto aos combates


E em janeiro não vou lutar amanhã

domingo, 18 de dezembro de 2011

Cartas de um louco #1

Ouvindo a rebentação das ondas, sentindo os salpicos de água salgada na cara encontrava-me na praia Azul. Estava acompanhado, eu comigo mesmo, ultimamente temos partilhado algumas noites juntos a ver as estrelas ou simplesmente de olhos fechados a sentir a brisa gelada que fere mas não magoa...a dor essa há muito tempo que já havia desvanecido. Haviam tantas, tantas estrelas...brilhando no juramento refletindo a sua imagem na água.

Levantei-me, caminhei lentamente em direcção à imensidão do mar, queria ver a minha face refletida no suave ondular oceânico. Assustei-me com o que vi e corri, sem olhar para trás..o mais rápido que pude, fugindo a uma incerteza, escapando da verdade, da realidade..Que dura realidade.

Meti-me dentro do carro, pousei a cabeça no volante e chorei... ao tempo que já não chorava, já sentia saudades da água um bocado salgada com um tragozinho doce a escorrer pela minha cara, pingando abundantemente no chão. E vi-a, estava em frente aos faróis sorrindo, atónito, destranquei a porta e disse para ela entrar...Sentou-se ao meu lado e arranquei. Andei horas, falando com ela mas não obtinha qualquer resposta...Por fim tirei os olhos da estrada e olhei para o banco do passageiro e ela não estava lá, nunca tinha estado....

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Só eu te posso ajudar....

"Em mim acendes o desejo que deixei para lá do mar....
Só eu te posso ajudar
Só eu te posso ajudar
A atingir o teu bem estar que vem no fim.
Diz-me se é amor
Fala-me de ti
Eu quero o teu sabor..."


Cheira-me que mais tarde ou mais cedo vai começar tudo outra vez. E sinceramente tenho medo.

domingo, 11 de dezembro de 2011

O homem sagitário

Sejam quais forem as suas faltas, não há malícia neste homem. É possível que você tenha de repetir esta frase vezes e vezes sem conta enquanto tenta e consegue recuperar-se das observaçõescortantes e do comportamento insensível dele para consigo. É difícil de compreender, tal como os outros signos ascendentes dualistas. Encare a questão do ponto de vista dele. Disse-lhe logo como ele era, você é que não prestou atenção. As mulheres nunca lhe dão ouvidos e isto nunca deixará de o confundir. Não porque elas sejam deficientes auditivas, mas sim porque o vêem com o coração.

E os corações delas dizem que este é um homem generoso e bom. Há um quê de encanto pueril no nativo de ascendente Sagitário que seria capaz de derreter o coração de qualquer “tia Elvira”. Ninguém é imune. Não se ponha a fazer uma série de perguntas, se este é o homem para si. Dê-lhe espaço. Não lhe dirija ultimatos, a menos que os pretenda cumprir.  Se ele não se sentir limitado pelo vosso amor, arrastá-la-á para casa nas férias.Por norma, as suas carreiras profissionais são longas e sérias.

Estes homens sabem muito bem como lidar com as pessoas e, contudo, enquanto gestores, não lhes passará despercebida uma única manha do pessoal. A sua natureza essencialmente benevolente impedi-los-á de mencionarem o que há de menos abonatório, apesar de o registarem na memória.
Mais do que um par de encarregados de educação está indicado para este caso, ou laços excepcionalmente fortes com um dos avós. Um caso amoroso com alguém da família não é impensável. Durante a sua juventude, este homem envolve-se em relações duplas e os relacionamentos são numerosos. Faz tudo parte da sua noção de aventura.


Acho que sou eu mais coisa menos coisa x)

sábado, 10 de dezembro de 2011

Vida

Em Janeiro volto aos treinos... 4 vezes por semana+ gym (que já começei a semana passada)+ dormir até não poder mais + comer como se o mundo acabasse amanhã.



Aqui fica MMA ;)

http://vimeo.com/33333379

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Hope


Eu sei que posso voar para sair desta escuridão; posso lutar contra a sombra, levantar-me de todas as vezes que caio, enfrentar as dificuldades. Mas preciso de ti.

Ainda não te encontrei, não sei quem és, desconheço sequer a tua existência, ignoro o facto de quando te conhecerei. Mas tenho esperança meu anjo de um dia te poder ter em teus braços, já tentei deusas, musas, princesas, não resulta. Preciso de um anjo.


Abenço-o o dia que as suas asas a trarão a mim, para que com ela possa voar daqui, poder mostrar quem sou ou pelo menos a réstia do que já fui. Assim podre, vagabundo, asqueroso, apodrecendo tal leproso, continuo aqui.

Porque sinceramente mais vale lutar amanhã.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Do you remember we were sitting there by the bad?
You put your arm around me for the first time
You made a rebel of a careful mom
You were the best thing that's ever been mine.

domingo, 27 de novembro de 2011

Coisas

Às vezes não temos de remar, apenas boiar e seguir a corrente ou enchurrada . Para quê lutar uma luta que já está perdida..O homem sábio sabe quando desistir..Eu já desisti, à muito.


Mais vale lutar amanhã não acham?

domingo, 20 de novembro de 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Conversas de espelho


Espelho: Tenho pena de ti...Em ver-te assim, carregas o peso de muitos.
Eu: Um dia serei apenas um..

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Desportos de combate


Após três anos afastado destes desportos nobres vou voltar, para voltar a aparecer nos pódios novamente, custe o que custar.

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Os desportos de combate são aqueles que são realmente verdadeiros, toda a gente sabe que veio para ali para lutar, dar o que tem de si, o que não têm e o que vai arranjar durante cada assalto que apesar de curto dura uma eternidade para quem se encontra rodeado de 4 linhas. Não à falsidades, o cumprimento é feito com um Olá e com um soco na luva do adversário. Ao contrário do futebol que eles se cumprimentam cheios de sorrisos falsos e acabam a espetar cotoveladas a alguém que não estava a contar com elas.

Nós entramos sabendo o que estamos ali para fazer. Destruir. Apenas e só destruir, seja o fisico ou o psicológico de algum modo ele tem de cair, ou desistir. Não há empates, há apenas um vencedor e um vencido. Uma falha, uma luva 2 cm abaixo podenos custar um soco ou pontapé que pode influenciar o resto do combate todo. Só nestas situações o ser humano mostra o verdadeiro animal que é e não as telas pintadas que temos vindo a criar a longo dos tempos, dos seres bonitos e irrepreensiveis. Somos pura e simplesmente escumalha por muito que neguemos, quantas vezes temos vontade de insultar, bater, matar alguém e não o fazemos? Devido às regras pura e simplesmente porque senão eramos animais que matavam sem qualquer sentimento de culpa, esse tem vindo sendo aplicado à sociedade que agora se rege de palavras, direitos e deveres.



Preciso deste espaço novamente para poder ser o animal que sou e para que juntamente com outros animais. E desta vez vou lutar ai vou vou.

"As artes marciais só podem ser usadas em auto defesa,  quando atacado o atacante passa a ser a presa, mostra-lhe as tuas garras e crava-as bem fundo para que ele nunca mais esqueça o dia em que tentou apanhar-te desprevenido."

"A nossa maior glória não reside no facto de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda."



PS: Sim tenho os dentes todos. Sim já sangrei. Não nunca parti nada além de umas unhas dos pés em embates mais fortes. Sim as artes marciais são o desporto mais completo fisica e mentalmente do mundo.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Old man 2




Lentamente estava a dar os primeiros passos em direcção a algo, cambaleando, vergando como uma árvore quando é acariciada pelo vento. Ela olhava para mim com carinho, demonstrando compreensão. Algo que há muito não via alguém a ter por mim, sempre fui visto com pena, não quero que tenham pena, apenas que me tentem compreender e aceitar com todos os meus defeitos e as minhas poucas(nulas) virtudes.

Demos várias voltas ao quarto antes de me sentir confortável de caminhar sozinho, mas mesmo depois de me reparares, de me dares a esperança à muito ansiada; estavas ali comigo, e não para mim... Até que o telemóvel com um vibrar suave que preencheu o ar, interrompeu o nosso(meu) momento. Era ele, pedia-te para voltares... E tu, cobarde e apaixonadamente voltaste para ele e eu sem mais forças deixei-me cair no chão.


Não chorei, à muito que não sou capaz de tal acto. Agora substituí essa acção por outra, o riso, O riso irónico da incapacidade de fazer, agir, lutar. E sorrindo como um louco mantendo  os olhos fixando a porta que se mantinha entreaberta arrastei-me...como um amputado, fazendo a madeira sob mim ranger em estalidos surdos e, fechei-a, fechei a porta e desta vez só irá entrar quem eu quiser.




Podia lutar para abrir uma janela para que fosse mais fácil o meu "resgate" podia mas sinceramente não vale a pena... Mais vale lutar amanhã.

domingo, 13 de novembro de 2011

Crónicas de um Guerreiro 4

Depois de a minha longa jornada pelo teu vale, circulando literalmente em círculos. Recebi finalmente a epifania necessária para a minha fuga. A resolução era simples .. As profundezas, aquela escuridão que outrora enfrentei para encontrar a luz, ou o que resta dela, agora era a solução, embrenheime na sua teia maligna e pegajosa, que oferecia resistência a quem depois de entrar em contacto com ela quisesse sair...

Escavei, durante dias, parando apenas para ingerir uma ração de pão já verde do bolor acumulado, e molhar os lábios com o resto do liquido vital que ainda me sobrava.

Finalmente cheguei, milhares encontravam-se na mesma teia caminhando como mortos-vivos, sem esperança, cabisbaixos, sentia pena e compaixão porque já fui como eles, deixei de ser e agora junto-me ao mesmo destino. Por mais que tentemos a vida é um ciclo e mesmo que digamos que podemos seguir em frente, chegamos à conclusão que as linhas rectas são apenas curvas com um raio infinito.




Blind



Neste momento estou perdido...Perdido, sem rumo nem direcção.
Já espero por ti à tanto tanto tempo, evito contá-lo para não se tornar tão doloroso. Gostava de te poder dar um rosto mas, na verdade, nunca o tiveste. Escondes a tua face atrás de um véu que insiste em cobrir-te... Anseio pelo toque dos teus olhos nos meus, espero a tua voz que harmoniosa e lentamente preenche o meu sistema auditivo, acima de tudo desejo. Tanto tanto tempo... Por mim já passaram tantos Invernos, tanto negro, tanto preto, tanta escuridão.. Acho que já mereço a luz, o Sol.

Mas temo de tal maneira a efevercescencia da luz, que mesmo tirando a venda que me auto coloquei, mesmo deixando a longa introspecção, receio ficar cego, ainda mais do que o que estou, triste ironia.
Podia usar óculos de Sol, para de forma a lenta e gradualmente me ir habituando à luz, mas não...Mais vale lutar amanhã. Sempre esse pensamento, sempre que me vejo reflectido no espelho que, apesar de estilhaçado e emitir a minha imagem difusa, espalhada e muitas vezes auto mutilada, ainda consegue transmitir uma ténue ideia do eu.



Só preciso de alguém que tente "concertar" (inspirado na música Fix You dos ColdPlay).

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Old man 1


Estou sozinho no meu quarto e a noite hoje falhou no aparecer, sinto-me estranho e vazio, sem saber o que fazer. Tenho frio, nunca senti frio, posso dizer que é a primeira vez que me enregelo, sinto arrepios no espia que sobem e descem como um estranho elevador que tem um quantidade imensurável de atrito. Nestes dias que se passaram não sinto nada além de morte, cadaveres em decomposição, esqueletos com restos de músculo e veias ainda latentes apesar de mortas...

Eu posso ser o que quiseres, posso casar contigo se quiseres por ti mudo tudo se tiver de ser. Gostava de te ouvir cantar as letras que fiz, gostava de te ensinar a tocar na minha velha guitarra, gostava de poder partilhar tudo aquilo que tenho e o que ainda vou ter. Sonho contigo desde que me lembro... És tão perfeita que duvido que existas realmente, assim o que ultimamente tenho feito mais é dormir, apenas no anseio de te poder voltar a ver, ouvir, tocar. Começo a duvidar da minha sanidade, um dia serás realidade, possivelmente uma realidade virtual, mas existirás.

Acordo... Volto ao meu quarto, sempre negro apesar das suas paredes emitirem um branco imaculado. Ajudas-me a levantar, dás-me a tua mão e dando-me a mão começo a andar, apoiado em ti. Vieste. És real. Eras

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Desabafo

Gosto mesmo quando me perguntam a lógica do meu nome de praxe. Deixa-me extremamente feliz -.-'

Obrigado gente.

domingo, 6 de novembro de 2011

Nostalgia

Cansei-me da nostalgia do "dantes é que eu era feliz". Sinceramente o tempo verbal é algo que ultrapassa o facto de ser ou não ser. Apenas temos de acordar, decidir o que fazer, e fazer. Ponto. Não há cá pensamentos absurdos sobre o que deve e não deve ser feito, o facto de cada vez estarmos mais inteligentes na medida em que temos acesso a mais informação (o que por vezes não indica o aumento da inteligência no caso da maioria das pessoas) torna-nos mais pensativos e nostalgicos, chegamos muitas vezes a viver no passado ou a pensar no que devemos fazer e quando chegamos à hora não fazemos nada. É um absurdo. A partir de agora vou viver a vida no limite, porque afinal o que interessa é estar vivo.


Hoje decidi que vou lutar, seja pelo que for cansei do "mais vale lutar amannhã". No final o que vai contar é o que fizeste enquanto estavas vivo e não depois de morto, pois morto não consegues fazer nada.


keep on rocking \m/

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

True Love



O único dia que um guitarrista teme, é o dia em que deixará de poder pegar na guitarra e tocar.. Porque no final ela é tudo o que ele tem, amigos, mulheres, álcool, sexo, tudo isso vai e vem, e ela, ela fica. Chora contigo, sorri quando tu sorris, berra quando precisas de um berro, olha por ti mesmo sem nos apercebermos e para vocês minhas meninas, vai esta dedicatória que deve ser apenas mais uma entre tantas, mas vocês merecem mais do que ninguém.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Halloween

Amigos, garrafas, coisas que não podem ser pronunciadas, muita musica, 1h e tal na fila para pagar, tentativas de roubo, insultos, empurrões = Halloween



E por falar em Halloween, aqui fica Helloween ;)

Send me an angel




Só preciso que me mandas uma anjo . I'm tired of being a walking dead.

sábado, 29 de outubro de 2011

Learning to fall



Preso num mar de memórias, com centenas de afluentes que o vão enchendo lenta e impiedosamente; ondas enormes morrem nas falésias dos subúrbios da minha mente elas apenas possuem um problema é o ricochete, o embate, o estridente ribombar que fazem falésias, voltando para trás regressando ao mar, desenhando formas e cores no seu caminho de volta à calmaria... Há apenas uma forma das memórias desaparecerem... A evaporação.

Mas o Sol que já brilhou intensamente já lá não está, à muito que abandonou o seu ciclo (nascer, pico, pôr) à anos que apenas vivo na noite, da noite e para a noite, os meus olhos já se habituaram de tal maneira a esta perpétua escuridão que lacrimejam quando algum raio tenta espreitar por entre nuvens pretas cerradas.

Sem sol, sem vontade, sem saída, sem hipótese a água não escoa, e vai-se acumulando fragmentando-se, partindo-se, multiplicando-se...Ocupando espaço e criando novas ligações e caminhos.

Estou sentado na beira da falésia, de pernas cruzadas, ouvindo o sussurro do vento, cheirando o iodo do mar, sentindo salpicos de água a embaterem na minha pele. Esperando mais uma vez pela vontade, aquela que já tantas vezes me deu de me atirar ao mar e ficar lá à deriva novamente, mas ao longe tenho tido alguém sempre a chamar por mim (Obrigado A) e que me tem impedido de cair. Mas depois de tantas quedas, fugas desenfreadas, dias à deriva, estou a começar a ganhar resistências e a chegar à conclusão que o mal não é cair, mas sim o modo como se cai e a forma como nos levantamos a seguir. Assim deito-me na beira do precipício num impasse, esperando a próxima queda.


Se eu podia lutar para sair da beira do precipício, podia. Mas não..Mais vale lutar amanhã

Original



Tento ser original neste mundo que cada vez mais está igual...

Be You Be Original

sábado, 15 de outubro de 2011

A caminhada

Local: Alentejo
Temperatura: 40ºC
Missão: Sobreviver
Objectivos: Procuram-se

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Numa estrada no alto Alentejo emanando nuvens de suor, caminhava calmamente com a tshirt ao ombro, não tinha água, nem comida, o telemóvel esse à muito que tinha ficado sem rede. O silencio à muito esperado finalmente tinha chegado, devido à desidratação e ao cansaço o meu cérebro tinha deixado os pensamentos mórbidos para se dedicar exclusivamente à necessidade de manter o meu corpo vivo (?!), a dor física quando existente consegue sobrepôr-se à dor psicológica daí muita gente tentar infligir dor a si própria de forma a aliviar a dor que apesar de fraca está sempre lá...

Companheira fiel de muitos anos, mantém-se sempre connosco de mão dada como um fiel cão de guarda, é muitas vezes a nossa melhor e única amiga; mas neste momento estava sozinho, ainda mais. Estranha sensação de sentir todas as partes do corpo individualmente, a capacidade de isolar individualmente cada parte do corpo quando estamos numa situação de fraqueza é extraordinária. É a preparação da morte, o cérebro com o passar do tempo irá começar a desligar as partes menos importantes fazendo a selecção do que pode ser desligado e do que inevitavelmente tem de continuar ligado, afinal a máxima de todos termos direitos iguais até no nosso corpo é ignorada.

Já tinha bolhas de tanto andar, aquela recta nunca mais acabava e o sol esse já tinha nascido umas duas ou três vezes ou seria os meus olhos que se tinham fechado por momentos!? Não sei. Continuava  a caminhar, passo, passo, passo, respirar, passo, passo, passo, respirar...Cada inalação daquele ar quente e seco, cada inspiração tornava a próxima mais difícil, a dor essa já à muito me tinha deixado, tinha evoluído para algo diferente que nunca tinha sentido suspeitava mesmo que era uma sensação de liberdade e de paz...


Continua...

domingo, 9 de outubro de 2011

Crónicas de um Guerreiro 3




... Procuro o vale onde vivias as encostas do teu ser, aquele em que outrora os riachos que deslizavam suavemente encostas a baixo crepitando e salpicando água, aquele em que as árvores vibravam de vida quando eram amaciadas pelo suave toque do vento, o vale onde as ervas que eu pisava com estremo cuidado rejubilavam de cor.. Os riachos secaram, as árvores morreram e as ervas essas foram queimadas. Estás tão morta como eu...

Temes o frio, aquele que trago comigo, aquele que gela e corta como facas afiadas, trespassando a tua face imaculada sem qualquer dificuldade, não te censuro por vezes até faço estremecer o meu próprio ser; chego até a temer aquele estranho individuo que aparece reflectido no espelho. É irónica a forma como as pessoas perdem aquele brilho nos olhos que temos em criança, aquela chama que nos mantém quentes e aquilo que com o tempo nos vamos tornando é simplesmente uma imagem construída ao longo dos anos, adaptada ao ambiente, tento manter a minha realidade, a minha essência (ou o que resta dela) mas é complicado.


Assim e como muitos outros que caminham de olhos vendados, perdidos pelos vales dos Eu's de muita gente procuro um carreiro, um rasto, uma indicação .... qualquer coisa que me indique o caminho que me permita daqui sair, deste nevoeiro imenso ... Por vezes encontro os atalhos, e posteriormente encruzilhadas e acabo sempre por voltar ao ponto de partida. E constato que o mundo é mesmo redondo, qualquer mundo...

domingo, 2 de outubro de 2011

E se...


E se pudéssemos testar as coisas que queremos fazer ou dizer com outros corpos primeiro...Não seria interessante? 


sábado, 1 de outubro de 2011

Nobody


Acho que o destino existe mesmo... E ele não é nada bom para mim. Sempre que ganho interesse por alguém, logo no momento seguinte chego à conclusão que nunca iria conseguir ter algo com aquela pessoa, talvez por não ter o que é preciso ou simplesmente por não dar. É tão complicado ser-se deixado de parte, sentimo-nos vazios, ocos, a nossa imagem aparece desfocada no espelho devido aos nossos olhos enevoados que tentam formar lágrimas mas não conseguem, à muito, à muito muito tempo que perdi essa capacidade, lacrimejar é uma impossibilidade imposta ao meu corpo. Então apenas sobra a vontade de, a raiva de não, a inveja dos, o desejo de a, a infelicidade de ser, a compreensão de, o abrir da torneira deixando escoar o que ultimamente tinha conseguido reter, os pequenos pedacinhos de alma que tinha conseguido juntar, as peças de sanidade do puzzle que há muito havia sido desfeito.

Comparo-me a um barco à deriva numa noite de nevoeiro, de tempestade com trovões correndo o céu, criando espectáculos visuais dignos de um filme; apenas procuro um farol para saber onde é a costa, encontro-me nestas águas à tempo demais, as minhas provisões já acabaram, a secura dos meus lábios instalou-se, sulcos fundos que sangram abundantemente já se formaram e como não chove nem consigo derramar lágrimas não tenho água para alimentar os meus lábios sequiosos... Apetece-me saltar fora do barco e ir a nado até à costa mas estou tão cansado...Mais vale lutar amanhã

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Não entendo

Porque agora as gajas não sabem mandar mensagens com mais de 3 palavras?? Custa assim tanto? Fogo non entiendo

Vi no facebukiii

Vi isto no facebook e tive de partilhar. Apesar de não concordar, pode ajudar alguém..Há que ter fé

"ela não te vai chamar no msn e dizer que sentiu a tua falta. provavelmente, ela vai entrar de 10 em 10 segundos, até tu lhe dizeres alguma coisa. ela também não te vai estar sempre a ligar ou a mandar mensagens, porque tem medo de se tornar chata, mas se ela responder às tuas, considera-te um sortudo. ela não vai chegar do nada e abraçar-te à frente de todos os amigos, ela vai esperar até que no meio dessas conversas, tu apenas passes o braço pela cintura dela com um certo carinho. e, se fizeres isso, o mais certo é que ela nessa noite não durma.
ela não vai estar sempre a seguir os teus passos, nem vai estar sempre a olhar para ti mas quando necessitares mesmo, ela irá ser a única que tu vais encontrar com um ombro para tu chorares, com uns ouvidos para te ouvir e no fim, não irá querer nada em troca a não ser o teu bem estar.
e um dia, se chegar a hora da despedida, dá-lhe um beijo na testa. e enquanto ninguém á volta estiver a ver, sussurra-lhe algumas palavras no ouvido.. e olha! olha bem para os olhos dela, irão estar radiantes!
mas, não esperes que ela diga que te ama pois ela não o fará. provavelmente, a única maneira de ela o demonstrar é gozando contigo e dizer que nunca conheceu ninguém tão chato como tu, e depois irá-se rir..
e se ela fizer isso, parabéns, acabaste de ganhar o coração dela."

sábado, 24 de setembro de 2011

Motivação



Não devemos acreditar em todas as coisas que nos dizemos a nós próprios à noite...
Acredito que um dia vou conseguir empurrar a pedra pela montanha a cima.

Espero

Encontro-me num quarto escuro, não existe qualquer brecha de luz, um preto sob um preto, escuridão mórbida, podridão e eu em decomposição. Leio um livro inexistente, provavelmente é o livro da minha mente que não consegue ser lido à luz do dia de tão intragável que é, explica a morte num ser, um ser que não está vivo nem morto, não é homem nem animal, não é besta nem monstro, a sua definição correcta é todos os dias procurada mas sem qualquer resultado até agora.


Estava sentado num canto não sei especificar qual, apenas que era um canto, pois sentia duas paredes frias contra as minhas costas nuas. Encontrava-me a esperar a morte, a aguardar a tão esperada finalização, o prestigio da minha própria magia. Pacientemente e como uma pedra imóvel à espera que os elementos me desgastassem fiquei ali à espera do meu destino; rezava constantemente para ele chegar rápido ... Horas, dias, semanas, meses...anos.. E ainda cá continuo à espera de ti ...Não sei quem és, desconheço como sejas, não imagino o teu cheiro, nem os teus lábios, anseio a tua chave..Aquela que me abrirá a porta para que possa caminhar calmamente e a teu lado para fora deste quarto .  Arrependo-me de aqui ter entrado pois temo nunca de cá sair. Mas aqui continuo caminhando em círculos sempre com esperança, só espero que essa também não morra, se podia lutar para arrombar a porta? Podia, mas hoje não...

Mais vale lutar amanhã

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Plano Oculto - Advinha

Não sou grande ouvinte de hip hop. Mas o poema desta música sou eu em letras e por isso partilho aqui.
http://www.youtube.com/watch?v=mnO80Axk-pg

Se tivesse descoberto isto há mais tempo tinha inspiração para uns bons meses

ouvi dizer...
que o amor é fogo que arde sem se ver,
então descobri que te odeio só porque tenho os olhos a arder,
e não me peças perdão, porque eu nunca chorei,
eu é que sou actor, isto são palavas que decorei,
Já escolheste a máscara? Ou queres que te empreste a minha?
Mas sou tão transparente, que deixas de ser uma advinha,
Secalhar até devia, de te ler a minha poesia,
para me emocionar com a emoção, da tua lágrima fingida,
Mas amor não vai dar, tenho um coração de pedra tão pesado,
que por mais que tente, já nao consegue voar,
e eu olho para as estrelas (e quero té-las),porque nunca tive nenhuma,
ou secalhar até tive, mas esteve tapada por uma núvem,
Hoje sinto-me livre e respiro,mas respiro tão devagar que nem o sinto,
Eu sinto que já devia ter morrido, mas não morri mas também não estou vivo!

Peço-te da-me a mão para conseguir,
Me equilibrar sobre todas as imposições,
Vai mas não te vás traz-me um coração novo,
Porque o meu já dói tanto que não é capaz...
Sufoco em desencanto e desisto por cansaço,
Que não tenho pelo o que me seduz
Pelo o que me seduz...

Eu sei que nao te largo,
mas a culpa nao é minha,
Eu sempre fui de ferro,
o teu coração é que tem íman, x4
Voei tão alto, que vertigem!
Desmaiei no céu e aterrei numa passagem de nível,
o comboio passa-me por cima,tenho o corpo em carne viva,
mas sou tão insensível que ainda não senti a ferida,
Enganei-me! Já sabia, escolho sempre o lado errado,
porque sofro de deslexia, e ela asfixia a minha orientação,
perdi-me na partida e ainda não parti do chão,
Levanto-me! Sinto-me com vida,
se me roubaste a primeira,então peço uma 2ª via,
Desta vez agarro a vida, sem medos...
Mas ela é tão pequena, que me escapa entre os dedos,
Morri de novo! Entendes?
Sinto ódio à primeira vista e nem nos vemos!
Estou cego e sem corpo, ainda assim sou invencível,
Tentaste roubar-me a alma, mas ela é inatingível,
Enquanto enterras fantasmas, os meus vêm ao de cima,
Não sou amor, sou a maior maldição da puta da tua vida!
Eu juro que estou mais calmo, já nem tomo anti-depressivos,
Vai-te foder mais a água, e passa-me os produtos químicos,
Eu quero arder por dentro, para me arderem todos os sentidos,
pk se não ouvir não te ouço,e se não te ouço não me vingo!
Já sei que sou doentio, sociopata em estado crítico,
Querem-me num asilo, mas eu deixo um aviso,
o primeiro psicólogo é comido vivo, e depois ainda o vomito,
aponto-lhe uma arma e obrigo-o, a alterar o meu estado clínico,
de maníaco e depressivo para: O Rodrigo já não existe!

Tudo bem ainda existo, todavia não te minto,
o meu coração vazio é que torna em metáforas o que te digo,
O prometido é devido, e tu prometeste-me um sorriso,
mas não me deves isso, muito menos um que seja postiço,
Quando foges, paralizo, quando ficas, rodopio,
sou um carrossel de emoções ao qual chamam de emotivo,
mas esqueço-me disso, e prometo-te ser pacífico,
não consigo, sou o que sou e isso não é alternativo,
Eu sou bipolar, então divide-me a meio,
une-me ao que já fui antes de me cortares e prometo que fico perfeito
Porque antes da depressão, acho que veio a paixão primeiro,
e só depois de morrer, é que descubri que te amei por inteiro,
Então não me dividas a meio, desaparece antes no nevoeiro,
e deixa-me ficar à espera por aquilo que nunca veio,
Se tenho todo o tempo do mundo, então aproveito,
visto que o único relógio que me guia, está no meu lado esquerdo do peito,
E isso é que é perfeito, ajoelhar-me quando me deito,
perante Deus e agradecer por tudo aquilo que me tem feito,
O caminho pode ser estreito, com fé eu consigo,
porque na verdade não sou carne, na verdade sou espírito,
Então podes ficar comigo, mas se não queres não te obrigo,
e se combinamos ficar amigos eu devo-me ter esquecido,
Desculpa não ter sido, mas a verdade é que só confio,
naquele que quando me olha no espelho aparece reflectido,
Por isso é que estou sozinho e apareço-te no caminho,
por mais que tentes seguir em frente, só sabes andar em círculo,
Mas eu já conheço tão bem, esse teu labirinto,
não preciso de explicações, guardei o mapa comigo,
E se te serve de consolo, prometo que já nem te persigo,
Eu já não sou de ferro, agora sou o que está escrito,
ou seja nada, permaneço indefinido,
e se sentiste o arrepio é porque me amas por isto...

Agora sempre que acho que tudo está muito bem,
Acabo por mudar o que me é tão familiar,
É tudo que aprendi,
Do nada é tão pouco para ti,
Sei que tentas entender,
Mas não preciso que me tentes ler,

Refrão:
Já te amei,
Já te odiei,
Agora não quero!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Crónicas de um Guerreiro 2



Gostava da sensação de as ter comigo, a pistola e a espada, sentir o peso suave de duas armas reluzentes e mortíferas, o verdadeiro poder encontra-se sempre em coisas tão pequenas ou efémeras. Hoje encontro-me a cavalgar pelas estradas desertas do interior, partículas praticamente invisíveis são levantadas perante o passo insistente do Zio, de língua de fora e pelagem castanha mantém sempre o ritmo formando nuvens de pó atrás de mim... Assim de braço dado com o vento seguia numa planície arenosa, sem rumo e sem destino, impetuosamente como um rei que não era, mostrando a vontade que não tinha.

Centenas de homens tinham sucumbido à minha espada, outros mais desistiam perante a minha arma uma falsa sensação de poder aquela que detinha quando estava acompanhado por esta companheira de todos os dias. Mantínhamos um feliz casamento, sem discussões ela limitava-se a obedecer perante a vontade do meu dedo no seu gatilho e num suave estalar cuspia o seu amor metalizado, realizava os meus desejos, como uma escrava fiel ao seu amo.

Todos os dias procuro algures a luz, em vales e montanhas, planícies e planaltos, espreito uma brecha de vida solar....

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Estás linda esta noite



Caminhavas lenta e sedutoramente, olhar elevado, à procura de algo no horizonte que provavelmente nem tu saberias bem o que era; os teus olhos faiscavam, irradiavas um brilho sobrenatural. Eras perfeita nos teus longos cabelos castanhos abraçados pelo pequeno lacinho que repousava solenemente nos teus pelos capilares; eras perfeita nos teus lábios reluzentes cheios de gloss e na tua maquilhagem leve mas bonita, eras uma harmonia e outrora já foste a minha melodia...


Sorrias como se fosse o dia mais feliz da tua vida e provavelmente até foi. Eu nessa noite só te tive coragem de dizer "estás linda esta noite" provavelmente pensei que mais valia lutar amanhã porque já era muito tarde ...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Crónicas de um Guerreiro

O guerreiro cansado da batalha repousa as suas mãos sobre sua espada. Os seus dedos calejados de tantos anos de mortes, tantas vidas ceifadas, a sua mão repousa suavemente sobre o seu cabo, que traz as marcas do seu prolongado uso, mas as mãos dele já não a sentem ambos são uma, ele e a espada, unos.

Sua força que antes era destinada às batalhas, agora deverá ser usada para empunhar a sua luta pessoal.
O guerreiro observa cuidadosamente a lâmina longa e afiada cujo brilho está ofuscado pelo sangue ainda quente de tantos homens...Os seus olhos não repousam apenas na espada mas também olham além, procuram no horizonte a sua alma a paz que ainda não foi alcançada.
A sua espada percorreu muitos caminhos, foi empunhada com força, valentia e mestria, agora precisa de apenas um caminho: retirar-se do combate.

Com a espada apoiada no canto, o guerreiro curva-se sobre seus joelhos e deixa-se ficar. Nunca antes ele havia notado o tempo que passou, nem as rugas que se formaram na sua face, nem os seus olhos enevoados... Lutou, matou, amou e deixou o tempo encarregar-se do resto.
Seu rosto cansado, seus olhos tristes e sofridos não enxergam mais ao seu redor. O guerreiro está apagado e ainda se mantém vivo devido à única coisa que o manteve vivo tantos anos, o seu instinto animal.
Esqueceu-se que a maior batalha, da qual vem fugindo, não pode ser ganha lá fora, tem que ser ganha cá dentro no nosso interior.

Ele não se permite ouvir a voz do seu coração - endurecido, brutalizado e tantas vezes maltratado. Não percebe que próximo dele, uma mão lhe é estendida há muito tempo, uma mão humilde e sincera, pronta para secar o suor de sua testa e aliviar-lhe as feridas, e ouvir as suas histórias.
Ele não quer vê nada além da sua razão, não ouve nada além dos gritos da batalha.

Seu ano é hoje iniciado, 44 invernos já passou e ele continua a recusar a mão que lhe é estendida...Era tão fácil aceitá-la, mas ele continua a partir para a batalha todos os anos, dia após dia, ele afia o gume da sua espada e parte para a batalha...


E ao contrario de mim ele luta hoje....
Continua

sábado, 3 de setembro de 2011

Último Comboio



A existência como círculo em si mesma, como o inicio do fim; deve ser encarada como isso mesmo, uma mera existência, mera no sentido literal ... Porque apesar de um espirro nosso poder causar terramotos no Japão, na realidade a nossa influência no universo limita-se a valores infinitesimais não quantificáveis. Enquanto discutimos quem lava o carro, quem faz o almoço; enquanto uns nascem, outros morrem e a vida continua, o tempo não espera. Lenta ou rapidamente ele vai passando como um comboio que tem hora marcada, ela cumpre ao limite a norma.

Tu foste no último comboio, com o tempo... Tu e ele. Foram os dois, tu e eu... Levaste-o e ele só tirou o bilhete num sentido ainda o(me ) espero, sentado num banco que se vai degradando com o tempo assim como eu... E ele passa. Passa de uma maneira demasiado rápida e eu estou a perde-lo por tua culpa, tenho medo devido a ti, deixa-o(me) voltar para mim sinto falta do meu Eu.



Assim só digo que ainda estou vivo, não sei bem aonde mas estou. Podia lutar para me encontrar, mas por hoje estou cansado. Mais vale lutar amanhã

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Circum

Circum
ferências, redondas
Lineares ou não
continuam... seguindo a definição

Começam e acabam
numa união
Não têm fim nem principio
apenas aquela intrínseca ligação

Assim como o mundo
ela não tem coração
apenas linhas, lindas e preenchidas
deixando o vazio no meio
Não mais.


Não mais será assim
Anseio o círculo que está para vir
deixando por fim a linha que tanto me impede de subir
pelas escadas abaixo...
descendo,descendo, endo, do.


Um dia irei subir mas hoje continuo descendo, cada vez mais fundo...

(Mono vs Poli)Gamia



Durante uns anos era aquele gajo que saía, conhecia e "comia" ou pelo menos tentava.
Existia sempre aquela rapariga que na minha triste inocência ia dizendo entre dentes "ah e tal gosto dela, amo-a" (estupidez alguma vez ter pensado que sabia o que significava tal palavra); mas arranjava divertimento para o dia ou noite e como ia gabando aos meus amigos. "Bota calor" doce poligamia, falar várias línguas, abrigar-me nos mais diferentes abrigos, e chegar ao fim do dia e voltar a casa, sem dever nada a ninguém. Muitas vezes nem sequer o nome dela sabia mas não havia crise, falei a língua dela durante umas boas horas, para quê pensar mais nisso? Não valia a pena. Até ter acontecido tal coisa com uma amiga minha, meteu-me tanto nojo, repugnância extrema, vómito entre palavras, tive nojo de mim quando voltei a mim (ironia o facto de o nada voltar a nada?!)..

Passei uns tempos defendendo acérrimo a monogamia, chegava uma...Vivi amores platónicos obsessivos. Aprofundei a língua, estudei os verbos, figuras de estilo, orações coordenadas e subordinadas, artigos e determinantes, possessivos... Mas cansei-me disso. Vou-me dedicar à castidade, ou não... Minha querida poligamia o que eu pagava para que voltasses mas infelizmente já não tenho capacidades para te sustentar.



Prometo que vou tentar ser casto, mas hoje não...Amanhã é um dia novo e, portanto, mais vale lutar amanhã

domingo, 24 de julho de 2011

Vida - Take 2

Ando a ter várias vagas de inspiração a nível sentimental, literário e musical. E tenho de o aproveitar pois estes momentos são escassos...


O motivo para ser take é que traduzido para o Português significa cena..E a vida é um filme. Existem actores, realizadores, argumentistas e espectadores. Apenas não pode ser editada de resto é um filme a tempo real.
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Vou elabora este segundo ensaio sobre a vida derivando o meu pensamento de uma música do B Fachada (Bernardo Fachada) na música Beijinhos. A frase é a seguinte: "Perdes tempo a reparar na cara feia que é bonita de alguém."


No take 1 falei sobretudo na efemeridade da vida e na futilidade do Homem. Irei continuar à volta destes temas... Sabemos que a vida é um jogo onde não há empates, existe um derrotado e um vencedor. Um feliz e outro triste. Inevitavelmente é isso que acontecerá, o próprio mercado incentiva a que aconteça isso (psiquiatras, psicólogos, psicanalistas) ao invés de usarmos a nossa mente para resolvermos os nossos próprios problemas mentais usar ajuda paga para resolver por vezes problemas nulos. Problemas existenciais todos nós temos, o não perceber é normal, eu não percebo o que acabei de escrever mas não é por isso que deixa de ser verdade antes até, lhe confere uma certa veracidade.
Temos de acordar para o dia como se dia se trata-se a noite foi ontem, para quê pensar nela, ficar nela e viver no encoberto, na escuridão? É completamente absurda a estagnação que muita gente vive; É UMA PERDA DE TEMPO. A vida deve ser vivida e não vale a pena pensar no que poderia ter feito mas sim no que deveria fazer... Assim temos de conseguir jogar este jogo que é a vida, que será jogado até à eternidade efémera da nossa vida.


Irei lutar contra isto, mas hoje não...Prefiro lutar amanhã
Escrevo porque sim, e enquanto o sim for sim continuarei a escrever.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Vida - Take 1

Irei tentar desenvolver uma espécie de ensaios sobre a vida. Não sei quantos takes irei escrever...

Abram o youtube, escolham uma música que gostem e divirtam-se ou pelo menos tentem
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Em si mesma e metafisicamente falando a vida é sobretudo um processo constante de relacionamentos. Pessoas a interagir com animais/plantas ou vice versa. O conceito geral é apenas de existência racional, esse pelo menos é o que eu defendo. Existência. Simples e mera existência ou apenas sobrevivência pois no final, todos tentamos sobreviver o melhor que podemos, mesmo sabendo que a nossa vida é efémera tentamos a todo o custo evitar a morte. Bastante irónico não é?!

Tantos ajustes, tantas zangas, tantas discussões, tantas preocupações para acabarmos em pó; eu acho bastante irónico. Vivemos de momentos, de sentimentos, emoções e desejos. Digam o que disserem o verdadeiro amor é raro encontrar, rendemo-nos completamente aos sucessivos orgasmos da vida, sejam na cama ou à mesa, por mais racionais que sejamos perdemos toda a racionalidade quando chega o êxtase, somos fúteis e influenciáveis...


Para quê lutar contra? Amanhã talvez... Hoje, espero ansiosamente o meu próximo orgasmo

domingo, 12 de junho de 2011

A música do vazio...

Tento em vão preencher este vazio. Espero todos os dias por ti mas não vens, nunca vens, nem (provavelmente) nunca virás. És a minha única esperança para sair desta escuridão imensa que se abateu sobre mim...


Dei-me totalmente a ti, tu usaste-me e por mais que eu te tenha perdoado, nunca te esqueci, nem provavelmente esquecerei...E rezo, sim rezo. A um Deus que não acredito que exista, mas que já acreditei.

És real, apesar de seres um sonho. És real, és carne, és osso, és sangue, mas ao mesmo tempo és divina... Sabes. Rezo para um dia poder ser teu, dava-me outra vez a ti.



Acho que mais vale lutar amanhã porque por hoje já não vale a pena...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

às vezes a vida vale a pena...

Tanto tempo, tantos segundos contados, horas que tiniam nos sinos longínquos. Meses.. Foram necessários meses para que volta-se a sentir novamente. Já sentia saudades de sentir a brisa a percorrer a minha frase, ligeira, suave, sussurrando melodias doces nos meus ouvidos e tê-la a meu lado. Foi o tê-la a meu lado como nunca tive que me acordou do sono profundo.


"Por favor nunca te esqueças de mim" foi a única coisa que lhe pedi. Sei que nunca te terei, as probabilidades são inferiores à nulidade. Nunca te esquecerei e provavelmente serás o modelo que usarei toda a vida, tentar arranjar alguém como tu. Mesmo depois de tudo não tenho rancor, não tenho ódio, não tenho qualquer raiva...Esvaziaste-me e encheste-me vezes sem conta, como um poço no deserto, que espera ansiosamente pela monção, eu sempre esperei e esperarei por ti... Segue a tua vida, não mereces alguém como eu. Só desejo que os teus sonhos se tornem realidade, que consigas singrar na vida.

Não levo a mal se assim estiver destinado encontrarei alguém parecida contigo, só te desejo o melhor.


A__-__

terça-feira, 24 de maio de 2011

A vida por m...

Um ser-vivo é um algo, que cresce, tem metabolismo, algo que se move(interno ou externo) , reproduz-se, reage a estímulos...

Todos nós (Homens) somos seres vivos, a maioria tem vida, outros nem por isso. Eu sou uma espécie de nem por isso, os nem por isso nunca são sim, nem não; estão no meio, talvez num talvez ou num não sei. "A vida por m" quanto mais penso (das poucas coisas de ser-vivo que ainda faço) mais afincadamente chego à conclusão que a vida pode ser comparada a um muro.

O seio da família são os alicerces, por vezes são fracos levando-nos ao abismo. Conforme vamos crescendo vamos pondo fiadas, que completamos com cimento, ou outra massa colante, que permita fixar os tijolos ou blocos.

Os tijolos, a solidez da vida varia com as decisões que tomamos e se somos bem ou  mal sucedidos, e por fim a massa.. As relações, o que nos liga. Por fim mas não menos importante o ar..Que provoca a erosão e eventualmente a morte.

Eu tenho uns alicerces razoáveis, uns bons blocos e um mau cimento. Quando chega o vento, eles caem e tenho de começar tudo outra vez.



Mais vale começar amanhã não acham?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Don't you weep

Por esta vida de encruzilhadas, sins, nãos, talvez e não seis, muitas curvas em contra-mão, linhas continuas pisadas, inversões de marcha realizadas...

Vou sem amor, paixão ou outra emoção. Vou. Não é um simples ir, ou um chegar, é um querer mudar, um algo ansiar. Tenho noção que o meu Eu, aquilo a que apelidamos de "persona" ou personalidade é nada mais do que um lago, sim um lago, desconhecem-se profundidades, a Terra está longe, e ando sempre à deriva; à mercê dos elementos, e da sorte...

Posso dizer que estou absolutamente insatisfeito com esta monotonia monocórdica de vida, já tentei mudar este preto no preto. Dar ao fim um novo principio, mas como num círculo o principio anda de mãos dadas com o fim, e este insiste em largar a mão ao principio, e eu tento chegar à margem do lago, da minha alma, se ainda a retiver dentro de mim. Vejo-me reflectido muitas vezes na superfície perfeitamente rugosa do lago, centenas de vezes, e odeio a tristeza dos meus olhos alegres.



Um dia alcançarei essa margem mas por hoje, mais vale lutar amanhã...Por hoje cansei

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Contos de Eldarya

Prefácio: O chão estava lavado de sangue que reflectia a luz matinal que sobre ele incidia, um cheiro pútrido a carne queimada emanava no ar, era doentio, repugnante. Eu continuava a caminhar sobre corpos de moribundos e mortos, indiferente, passo a passo, avançava cada vez mais para o interior do império, deixando atrás de mim um mar de mortos e feridos, filhos ficavam órfãos e mães viúvas. Infeliz vida era a minha, mas eu continuava a cumprir as minas ordens de sorriso na boca, um ligeiro esgar malicioso surgia na minha face antes de proceder à decapitação de mais um, era apenas mais um, o que iria mudar?! Tinha vendido a minha alma ao diabo, agora andava a ver se a comprava de volta, mas os juros, a penitência, essa era muito cara.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pergunta, descobre, volta

Eu sempre ouvi dizer que a vida é fácil, basta vive-la. Sinceramente discordo totalmente, a morte sim é fácil. A vida é o maior problema de todos, se não existíssemos não haveria problema e de quem é a culpa, da vida.

Muita gente acredita em Deus, em algo superior, inexplicável mas que explica a existência do mundo (irónico xD), eu não acredito, não confio em nada nem ninguém, nem em mim próprio, só há uma coisa que confio, no dia de ontem. Sobre ele tenho sempre certezas é tão fácil viver o ontem, porque temos de viver o agora e o amanhã...Era tão mais simples se a vida se repetisse duas vezes, eu pedia para voltar ao inicio. Mudava tanta coisa. Mas a vida é assim, o contrário da morte. É uma simples complexidade de acontecimentos.


Concluo que eu não vivo, apenas sobrevivo.

Besta

Oxalá pudesse eu poder,
Ser, sendo.
Uma alma vil e hostil
é aquilo que tenho,
vazia, podre, baça.


Eu não sendo, Sou.
Eu quero poder.
Pudera eu acreditar,
Que um dia isto haveria de mudar


Ahahahha, podridão mórbida,
Bolor incrustado nas peles lisas das minhas rugas
Sendo eu, não sou nada.


Assim numa morte vivida
Vou vivendo, ou não.


Escrito em 01/02/2011
Miguel Silva


Espero que gostem deste poema, ou tentiva :)

domingo, 30 de janeiro de 2011

Star(t)

Um dia, uma noite ou apenas uma simples tarde, não interessa. O tempo não interessa e o espaço muito menos. Só quero a tua companhia, só peço que o teu ser fique à beira do meu...

Assim num tempo indeterminado, num espaço inexistente estavas comigo a ver as estrelas, não havia música, nem velas, nem chuva romântica, eras tu e eu, sem ses nem porquês, dois seres humanos.
Estavas linda. Tinhas um vestido preto, liso com suaves formas moldadas pelo teu corpo, o teu cabelo solto esvoaçava livremente, e o teu sorriso..Ah o teu sorriso... Era tão perfeito, era inocente e verdadeiro, sorrias porque querias, estavas livre, és livre, vias e não sorrias por pena ou compaixão, era terno e complacente,sorrias porque estavas ali comigo. E eu triste cego, via os meus olhos faiscarem quando eram tocados pelos teus, eles só brilhavam para ti. Apenas por ti eles brilhavam assim como as estrelas que estavam ali para nos ver juntos. Esperaram tanto tempo, elas, eu, eu que sou muitos num só, estava absorto de tudo apenas tu existias. Eu era inexistente. A minha alma estava baça, mas tu vias e acreditavas ...


Acredita porque eu deixei de acreditar

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Last trip

      Sinto que o nascer é o partir para uma última viagem, a Vida. Não se trata a vida da última e derradeira viagem, aquela que antes de começar já tem um fim, um objectivo, um destino... A morte, o fim e o nada.
      Eu como Homem que sou (chego a duvidar da existência do eu...) e consequentemente irracionalmente racional irei morrer, desaparecer, desvanecer... O número da minha porta irá ser gradualmente apagado pelas intempéries, pelo vento, pelo tempo. O café do meu vizinho irá fechar para provavelmente se tornar num prédio de 20 andares, caixotes empilhados, pregados com aço e betão, a vida tem de acabar simplesmente porque começou...


Conclusão? "Não me venham com conclusões, a única conclusão é morrer."